Seção Gemäldegalerie: o ocultismo de Kupka
Sei que negligenciei a seção Gemäldegalerie durante uma semana inteira, mas tenho uma boa desculpa. František Kupka (ou Frank) (1871-1957) mudou tanto de estilo ao longo da vida que é difícil escolher um quadro representativo, ao contrário dos representantes anteriores desta seção. Mais conhecido pelos seus quadros abstratos e geométricos, o pintor checo (naquele tempo seu país pertencia ao império Austro-Húngaro) teve também uma fase ocultista (o interesse nunca o abandonou), um período anarquista, que refletiu em alguns de seus trabalhos, uma certa queda pelo expressionismo e, finalmente, realizou também trabalhos de ilustração pra garantir um prato de comida aqui e ali.
Então como escolher uma obra? Fui apresentado a sua produção na visita a um museu que tinha uma discreta exposição dedicada a ele. Fiquei muito impressionado; as obras não eram aquelas que o fizeram mais notório, as abstratas da última fase de sua carreira. Ao contrário, eram obras escuras, misteriosas, perturbadoras. É a parcela do trabalho de Kupka que mais me agrada. Decidi colocar uma gravura que lembra aquelas que vi no museu (não me recordo se a que escolhi fazia parte da exposiçaõ ou não). Esta, "Resistência ou O Ídolo Negro", que encontrei pela internet, remete imediatamente á simbologia de sua fase ocultista. Esfinges, estrelas, um caminho que se perde no horizonte, sem destino certo. Como a vida, por que não? Como a trajetória do Espírito, talvez. A desvendar-se; por enquanto, são apenas trevas.
Mais tarde, vi também um auto-retrato seu. Achei igualmente marcante: a pouca luz que entra pela janela, como numa tarde de outono, ilumina suas costas, mas não seu rosto. A pouca expressão parece demonstrar um certo enfado, um desconforto em estar sendo retratado, o que poderia ser absolutamente natural, não fosse o fato de é um auto-retrato. Nós podemos vê-lo trabalhando no primeiro esboço dessa tela, como se fôssemos o espelho da sua arte. Kupka é magro, cadavérico, famélico. Eis um auto-retrato que não enaltece o artista.
Então como escolher uma obra? Fui apresentado a sua produção na visita a um museu que tinha uma discreta exposição dedicada a ele. Fiquei muito impressionado; as obras não eram aquelas que o fizeram mais notório, as abstratas da última fase de sua carreira. Ao contrário, eram obras escuras, misteriosas, perturbadoras. É a parcela do trabalho de Kupka que mais me agrada. Decidi colocar uma gravura que lembra aquelas que vi no museu (não me recordo se a que escolhi fazia parte da exposiçaõ ou não). Esta, "Resistência ou O Ídolo Negro", que encontrei pela internet, remete imediatamente á simbologia de sua fase ocultista. Esfinges, estrelas, um caminho que se perde no horizonte, sem destino certo. Como a vida, por que não? Como a trajetória do Espírito, talvez. A desvendar-se; por enquanto, são apenas trevas.
Mais tarde, vi também um auto-retrato seu. Achei igualmente marcante: a pouca luz que entra pela janela, como numa tarde de outono, ilumina suas costas, mas não seu rosto. A pouca expressão parece demonstrar um certo enfado, um desconforto em estar sendo retratado, o que poderia ser absolutamente natural, não fosse o fato de é um auto-retrato. Nós podemos vê-lo trabalhando no primeiro esboço dessa tela, como se fôssemos o espelho da sua arte. Kupka é magro, cadavérico, famélico. Eis um auto-retrato que não enaltece o artista.
2 Comments:
Oi P.! Antes de qquer comentario sobre seu blog, obrigada pela mensagem sobre minhas fotos!
Estou estudando em Barcelona, mas eu adoro "Sumpa" (minha casa)!
Pelo visto vc curte o lance da imagem, né? Muito legal sua descriçao dos quadros deste Kupka!(nao o conhecia, embora este autoretrato nao me seja estranho...)
Curti seu blog! Vou visita-lo sempre!
am abraço, inté logo!
Carolina
Quer dizer que o cara era chegado num mistério. Coisa de adolescente. Não gostei. Fala de algum pintor sério, tipo Leonardo da Vinci, Picasso, sei lá.
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