6.6.06

Seção Gemäldegalerie: Grasset e os primórdios do art nouveau


Eugène Samuel Grasset nasceu em Lausanne, Suíça, em 1845. Estudou na Escola Politécnica de sua cidade até se interessar pela arte, quando trabalhava como assistente em um escritório de arquitetura. A paixão deve ter sido fulminante: passou a estudar pintura e gravura, e foi parar no Egito para estudar sua arte e, pelo visto, se inspirar nos milenares hieróglifos das tumbas dos antigos faraós.

De volta à Europa, foi tragado pelo turbilhão artístico da época: como todo jovem criador, acabou no centro do Universo de seu tempo: Paris. Lá, misturou-se com gente como Alphonse Mucha e passou a ser um dos pais do movimento Art nouveau, que de certa forma ditou grande parte das tendências da arte menos revolucionária do século XX. Prova disso são os edifícios que existem até hoje, mesmo no Brasil, inspirados no movimento (sobretudo seu famoso epígono, o art déco).

Na primeira imagem, mais comportada, temos uma amostra do trabalho de ilustrador e cartazista de Grasset. Como se vê, o cartaz usa o mínimo possível de traços, nega a necessidade de luz ou perspectiva e remete aos vitrais das antigas catedrais góticas. Mais que isso, a base do que seria o trabalho de artistas como Henri Toulouse-Lautrec, por exemplo, já está presente na obra de Grasset, décadas antes.

Forçando um pouco mais a vista, começa a ficar evidente que já está presente nesse trabalho a semente do que mais de meio sédculo depois seria a Pop art norte-americana. O despojamento da imagem, a simplicidade da imagem, as cores chapadas, os volumes grandes, os contrastes evidentes. Mesmo aquele erotismo subliminar das obras posteriores já pode ser visto aqui.

A segunda imagem destoa da obra mais evidente de Grasset. Está exposta em um museu suíço. Ao contrário do primeiro trabalho, que era o cartaz de uma exposição de arte, este deve ser a ilustração de um livro; talvez um conto-de-fadas, ou uma história de terror, não sei.

Mas a idéia é completamente diferente: ainda que as cores do fundo continuem sendo fortes e chapadas, o sujeito da imagem é tratado de maneira diferente. Esses estranhos espectros em fuga numa floresta de pesadelo são compostos com um azul claro cheio de traços, de tensão, cores diáfanas e linhas irregulares.

Fascinante, não? Tive curiosidade de saber qual é o livro que foi ilustrado por essa imagem, mas a página do museu suíço não informou (ou então meu alemão já está tão ruim que não consegui entender...). Um dia, quem sabe?

Eugène Grasset morreu na França em 1917.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Cara .. atualiza a wikipedia BR sobre o Grasset, porque só há no internacional... e eu não intendi tudo.. usei as informações auqi pra um trabalho sobre esse artista.. coloca lá.
abraço.

17:28  

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